quinta-feira, 16 de junho de 2011

A Vida é Uma Grande Partida (Dona Fátima)


A vida é uma grande partida.
No entanto, você foi sem se despedir.
Eu não pude ouvir o adeus,
o tempo foi curto para a última prosa.
Eu só pude ficar em dia,
através do telefonema logo cedo,
ouvindo a voz embargada de sua filha;
esta que é uma grande amiga pra mim (e eterna).
Minha reação foi estática, eu não soube o que dizer.
Ou alguém ai me diga o que é que a gente diz quando alguém muito querido se vai para outra margem, vai ao encontro de outra dimensão. O que é que a gente faz, hein?
O meu “Ai Nanda, eu não sei o que dizer. Estamos aqui”, realmente queria te dizer algo. O meu, quase silêncio, desta vez queria falar muito mais. As minhas poucas palavras eram de consolo e aflição, embora não entendesse muito bem aquela situação. E não tá sendo fácil encontrar palavras para o meu desabafo, eu me perco entre os espaços.
Eu me lembro sabe. A recepção era tão boa quando... (as letras tão embaçadas) ...eu chegava em sua casa, o clima era bom. Ainda lembro dos filmes no sofá verdinho, as pipocas. Lembro também do meu último almoço contigo, foi você quem fez, né? Eu vou sentir saudades!
E quando eu for ai de novo, é verdade que eu não vou mais te ver? E quem é que vai me receber?
Eu me lembro dos seus conselhos, viu. Mas muito mais do que eles, seu próprio exemplo de vida. Pode ir em paz, tá? Pois o orgulho que seus filhos têm de você é eterno. O que você deixou pra eles foi uma grande lição. Você ensinou, além de tudo, que a gente tem que vencer na vida, e crescer. Poxa, você nem me viu crescer totalmente!
O vazio que você tá deixando, jamais poderá ser preenchido, e ele se faz somente de sua ausência. Você partiu tão discretamente.
Eu até acho que sei por que você não se despediu, é a certeza de que ainda vamos nos encontrar. É, eu sei que vamos. Mas até lá eu sentirei saudades.
E eu fui no seu funeral, e somente a partir daí tive a convicção de que você realmente nos deixou. Olhando pro seu corpo lá entre os enfeites de flores, tive vontade de dizer minhas últimas palavras. Eu queria ler esse texto pra você, mas na hora acho que não conseguiria. Entretanto, pude perceber, que amizades de verdades nos levam onde jamais imaginaríamos.
Um filme passou na minha cabeça naquele instante de dor e tristeza, o filme do adeus sem tempo para o abraço em momento de partida. E isso me fez ver de fato, como a gente desperdiça as oportunidades, como adiámos momentos que são únicos, e que podem ser o último. Poderia ser eu ali naquela situação, e só de pensar me dá uma dor no coração.
Olhe, com você eu não aprendi a me despedir, por isso vou parar de escrever de repente, assim do nada; vou guardar a caneta, fechar esse arquivo. Me desculpe, mas eu não sei como finalizar esse texto, o qual é em síntese minha homenagem à você “Dona Fátima”.



P.S: Nanda (amizade eterna), sempre estarei com você, conte comigo!!!

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